quinta-feira, 16 de abril de 2009

Fim de uma semana nada leve

É, pessoal...estamos caminhando para o final de semana...quer dizer para os normais serão dois dias de descanso. Para mim, apenas mais dis dias como outros quaisquer! Sim, eu vou trabalhar!
Quando se faz uma opção pelo jornalismo, tem-se que saber que isso significa uma vida de abdicações. Quem entra para este mundo, DEVE saber que não poderá mais fazer planos com a família, curtir finais de semana, feriados como qualquer pessoa, que não se tem hora para trabalhar (a notícia não avisa antes!) e que o estresse será seu melhor amigo! É...estresse e sessões de análise são coisas com as quais todo jornalista aprende a conviver.

Esta semana foi apenas mais uma tipicamente jornalística pra mim. O estresse esteve a mil por hora...ficarei sem nenhum dia de folga a té o próximo final de semana, e ainda precisei recorrer a um profissional da mente para segurar a onda. Isso faz parte, mas preocupa. A saúde preocupa: física e mental.

Aqueles que pensam que o jornalismo é um mundo recheado de glamour...MEU DEUS, está mais que redondamente enganado. É uma profissão árdua, cheia de senões. É uma profissão pela qual você precisa estar cegamente apaixonado para encarar. Eu amo o que faço...odeio a atmosfera.

Uma vez em um filme que falava de jornalistas ouvi algo que me marcou pra sempre, e que vou dividir com vocês.


Na cena, uma jornalista experiente diz ao foca (como chamamos novatos em redações!), que o jornalismo é traiçoeiro, mexe com egos exarcebados, insensibilidade, que ele precisa cuidar para não se deixar levar por isso para não perder a essência que tem e se autodestruir. E aí usa uma metáfora, mais ou menos assim:


Pense em você como um sapinho e na profissão de jornalista - e toda a sua atmosfera, como uma panela cheia de água.

Se este sapinho for jogado na panela com a água fervente, ele não vai suportar e vai espernear, saltar fora, não vai se deixar cozinhar....

Agora, se ele é colocado na panela com a água fria e esta começar a ser aquecida aos poucos, o sapinho não vai sentir ferver e será cozido aos poucos, lentamente, até morrer.


Moral da história: o jornalismo e suas armadilhas podem engolir você, te fazer entrar no clima lentamente até que, sem perceber, estará perdido. Isso me assusta! Não quero me tornar insensível ao ponto de morrer por dentro, de não me importar mais com as barbáries que vejo todos os dias nas reportagens que edito. Às vezes me pego a um passo da insensbilidade, pensando na melhor imagem e não no que ela vai representar para alguém...rapidamente, ainda consigo me redimir e voltar atrás!

Quando chega a imagem deum bandido, morto, penso que era filho de alguém, que a mãe desta criatura que não gostaria de ver seu filho naquelas condições exposto assim. Penso com o lado da emoção, e não no BANDIDO morto.

O dia que eu perceber que deixei passar algo por pura falta de humanidade minha, vou me sentir frustrada...com certeza, será o dia em que deixarei esta profissão! Quero seguir um ser humano, não me tornar uma máquina em busca de resultados!

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