sábado, 2 de maio de 2009

Um dia rechado de lembranças


Deixei passar o dia 1° de maio para poder escrever sobre ele sem a carga de emoção que me traz à tona.

Durante muitos anos, além de feriado pelo dia do trabalhador, este era o aniversário de um dos meus tios. Era dia de almoçarmos na casa dele, de reunir a família para celebrar a data.

Mas no ano de 1994, tudo mudou.

Lembro que estava dormindo, numa típica manhã de domingo, quando acordei, aos sobressaltos, lembrando que tinha perdido o início da corrida (F1). Não perdia uma! Mas naquela manhã, por algum motivo, dormi demais. Que bom, hoje eu sei! Mas naquela manhã, quando cheguei na sala perguntei:

- Como está o Senna?

Meu pai respondeu:

- Bateu...bateu feio!

Na hora, não tive noção. Saí da sala, fui à cozinha procurar algo pra comer e, quando voltei, vi o replay do acidente na curva Tamburello. Nem consegui engolir. Senti, naquele momento, que estava tudo errado!

Como de costume, nos arrumamos para almoçar com meu tio. Mas o clima que estava no ar era estranho, pra todo mundo. Quando chegamos no almoço, veio a notícia que todos evitavam enfrentar: Ayrton Senna da Silva, estava morto.

Aquele 1° de maio do ano em que completei 15 anos, marcou minha vida. Ayrton Senna era daqueles ídolos que você nunca vê de pertinho, mas sente como se fossem seus irmãos mais velhos. Tinha um carisma inigualável, era praticamente uma unanimidade entre os brasileiros. O orgulho, sabe?! E a sua morte foi muito triste pra mim. Chorei muito. Eu e outros milhões de brasileiros.

Eu fazia questão de acordar domingo cedinho para vê-lo na pista.

Daquele dia em diante, todo 1° de maio é triste pra mim. Normalmente não gosto de sair, fico na minha.

Por isso evitei escrever, ontem, este post. Ironicamente, neste ano de 2009, em 1° de maio, participei de uma festa, dos 30 anos da empresa para qual trabalho. Mas não esqueci da essência deste dia na minha vida.

Cheguei em casa e, como há 15 anos, fiz minha oração pelo Ayrton.

Ele deixou saudades, faz muita falta.

Era, acima de tudo, um brasileiro. Era o Ayrton Senna do Brasil!

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